terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sobre ''maternidade''.

_ E por que você não larga pra lá? Pára de se preocupar atoa!
_ Olha, não é atoa, só que aprendi a ter uma visão panorâmica das coisas, minha mãe me ensinou assim: Melhor previnir do que remediar.
_ Tá mas de que adianta você previnir pessoas que não se importam e vão te achar ume espécie de sub-mãe?

_ Sub-mãe?
_ É, tipo, ''chata''!
_ Ah sim, de fato mães enxem um pouco a paciência, mas se não fosse ela eu nem teria aprendido e nem passaria adiante...
_ Mas não é perder tempo falar sempre a mesma coisa à quem não te ouve?
_ É né...Talvez você tenha razão, só acho egoísmo não dividir aprendizados...
_ Cartas na manga...
_ Cartas são pra jogos, eu não gosto de jogar.
_ Então sinto muito amiga, você não gosta de viver.


Detesto essa relação ''Vida e jogo'', fica tão mecânico, é como se tivéssemos que nos preocupar só com o próprio umbigo e que se dane o resto. Pode até ser coerente pra situações e situações, mas ''vida''? Vai me dizer que amor é jogo?! Vai infeliz, dizer que: ''Não se pode demonstrar muito afeto inicialmente, pois senão outrém pisoteia''. Seria muito complexo reformular pra ''Não se pode demonstrar muito afeto incialmente, pois outrém pode não estar preparado e não receber da forma adequada''? Parem com esse clichê de que vida é jogo, porque não é e quem vê assim não a intensifica.
Todo mundo tem suas épocas de conturbação, o que não é lá a melhor coisa do mundo. Tanta, mas tanta coisa a fazer, tanta coisa a lembrar, tanta coisa a se preocupar, que hora ou outra surge a impressão de que estamos a beira de um colapso. Os dias se reduziram a metade, os relógios giram apenas uma vez, marcando agora 12 e não mais 24 horas. Não há mais tempo ou cabeça pra tentar resolver tudo. Olha, não é querendo ser ignorante, mas convenhamos que quando você passa toda uma 'vida' batendo na mesma tecla e não obtém resultados, hora cansa certo? E não me venha com esse papo furado de ''ter persistência'' porque já saturei, tenho mais o que fazer. A essa altura era pra eu estar me afogando em letras,contextos e até estaria, se não fosse o bloqueio. Já mencionei disto alguma vez por aí, claro que já. Tá, talvez não, mas todo mundo sabe o que é ''um bloqueio'', não preciso dizer do quê, até porque às vezes fica parecendo melodramatização. Ok, confesso que nem eu mesma sei dizer. É, sempre fui complicada, certa época achei que, como minha avó dizia, eu procurava ''Chifre na cara de cavalo'' (Alguém me explica de onde sai inspiração pra inventar estas expressões?), só que acabei descobrindo que não era bem assim, de fato tenho muitas preocupações que não devesse dar ênfase, mas dou e dou porque penso em consequências. Será que alguém poderia me dar razão? Que mania infernal de cerrar os ouvidos pra coisa útil!
Já fui muito bipolar, hoje não tanto, mas tenho crises ainda quando me encontro em longas e conflituantes situações, ultimamente sinto uma mistura de sensações que não sei definir com a devida complexidade, digamos que é um pouco de tudo o que vá de angústia à alegria extrema.
Agora por exemplo, cansei de escrever. Adeus.

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