quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Nem desesperado.

''Sabe, quando a gente está com medo de entrar num quarto escuro, a melhor coisa a fazer é entrar de repente, sem pensar. Não adianta nada ficar do lado de fora, vendo fantasmas, imaginando coisas que não existem. Melhor entrar de uma vez.''

' Perdi o sono. Na verdade nem cheguei a tê-lo. Não dizem que só perdemos o que possuímos? Pois então estou errada. Voltarei do inicio:
Não consigo dormir. Liguei o computador e estou aqui, na tentativa de postar algo. Vou tentar escrever o que eu pensei que não me deixou dormir. Eu desaprendi umas coisas óbvias, tenho uns medos grotescos que quando resolvem aparecer me desorientam de uma forma absurda, me fazendo meditar, porque não consigo pensar em soluções de coragem. Queria alguém para me ouvir agora. Não queria que lesse. Queria conversar, em plano real, sabe? Alguém aqui, sentado ao meu lado, me ouvindo falar sobre qualquer coisa, sem cenas, sem pensar que a gente tá falando de uma coisa que na verdade não é essa coisa, entende? Enfim, queria alguém para poder dizer : 'Olha, tô me sentindo um lixo hoje, cara, posso chorar?' E que essa pessoa ouvisse meu choro e me abraçasse sem questionar.
Hoje reli um conto do Caio Fernando Abreu e até me deu uma dorzinha no peito pelas palavras perfeitamente encaixadas. Eu não sei qual, mas tem um diz assim: "Não há nada a ser esperado. Nem desesperado”. E eu tenho essa sensação atormentando de que eu preciso, na verdade, encontrar alguma coisa que eu não sei o que é e acho que eu só existo pra buscar essa coisa que ainda não é uma coisa. Os meus textos às vezes fogem do intuito, eu sei, mas sabe de uma coisa? Eu nunca vou ser jornalista mesmo, quem não gostar de lê-los não leia, não é? Tem tanta gente que escreve bem poraí. Só estou tentando me respeitar quando o faço. Pareço menos louca. Queria bastante que você respeitasse esse desabafo porque ele é muito simples e sincero, apesar de cheio de complicações. Essa sensação sem nome bateu forte por aqui e não sentí-la, faz com que eu deixe ter algo que eu quero muito. Confuso não? Deixa pra lá. Não tenho mais o que escrever, quer dizer, ter eu tenho, mas não sei. Eu quero acordar amanhã com o despertador do celular e não sentir o nó na garganta e o vazio imenso que sinto vezenquando. 'Quero outra vez um quarto todo branco e um par de asas.' Vou mudar de parágrafo.

Zero horas e três minutos. Vou fechar os olhos. ''


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