terça-feira, 18 de maio de 2010

Desligar.


Uma manhã na praça onde quase tudo havia começado e eu me encontrava apoiada à perna dela, levemente deitada. Depois de uma longa e importuna conversa, fiquei a observar cada detalhe de tudo o que se passava por ali, no silêncio. Ela queria que me manifestasse verbalmente, mas eu era incapaz, na verdade não tinha muito o que dizer. Ora mexia inquietamente com qualquer coisa que encostava as mãos, ora ficava estática ainda com as cordas inativas, longe de produzirem vibrações que causassem maiores sons. Olhava as pessoas caminharem à minha frente em câmera lenta e tentava decifrar cada semblante, - ''Apressado, apaixonada, aquela face aprecia a beleza do fim da vida!''- cada qual com suas respectivas preocupações e eu ali, sentindo leves carinhos pelos cabelos e me arrepiando devido ao vento gélido que adentrava minhas calças joviais, rasgadas pela perna.

Tive vontade de ficar naquele mesmo lugar, naquela mesma posição, durante o resto do dia, mas a preguiça ao pensar que perderia mais um dia da minha vida ''fazendo nada'', falou mais alto. De qualquer forma não era desta maneira que eu encararia aquele suposto dia e sim como um momento tranquilo cujo eu houvera esquecido da vida e das preocupações. Um dia pra pensar, sem pesos e obrigações era o que eu precisava e de preferência, o mais rápido possível.

3 comentários:

Cecília disse...

Não resisti a comentar dessa vez... haha Parabéns, Lett! Você tem um jeito muito maduro de escrever. As palavras ganham uma elegancia enorme e não deixam a simplicidade que as torna mais bonitas ainda. Você me impressiona a cada postagem. =]
Beijão pra você, linda.

Anônimo disse...

*-*
Adorei, mesmo.

camila souza. disse...

ahaso o/